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Fiscalização de trânsito: como funciona um radar?

Por Filtros Tecfil

Visando reduzir a alta velocidade nas vias, o departamento de trânsito trabalha com o monitoramento de velocidade usando os temidos ‘pardais’. Mas como funciona um radar?

Um tema muito frequente na roda de amigos ou até em reuniões de trabalho é: como funciona um radar de trânsito? O assunto aparece sempre que alguém comenta que acabou levando uma multa, questionando o funcionamento dos aparelhos ou onde os mesmos ficam localizados.

Qual a função do radar?

O trânsito no Brasil, infelizmente, conta com um elevado montante de acidentes por ano, devido à combinação de dois fatores. São eles: a imprudência dos motoristas e a infraestrutura precária das vias.

O emprego dos radares é uma forma fácil, barata e rentável de garantir o monitoramento das rodovias, com o objetivo de conter a velocidade dos condutores e evitar que os sinais de trânsito sejam indevidamente cruzados.

Como funciona um radar?

Para compreender como funciona um radar, é importante saber, antes de tudo, que o departamento de trânsito conta com três modelos:

  • Portátil
  • Fixo
  • Estático

Radar Portátil

agente de trânsito segurando um radar de trânsito portátil

Sendo do tipo pistola, o radar portátil faz uso de um transmissor em conjunto com um receptor de ondas de rádio. Para que ele funcione é preciso apontá-lo em direção ao carro. Quando apontado para o veículo, o sinal é refletido com frequência alterada e o cálculo da velocidade se dá a partir da diferença entre a frequência enviada e a recebida. Assim como os demais radares, caso seja aferida uma velocidade acima da programada, o aparelho fotografa a placa do veículo de imediato.

Com a curiosidade sobre como funciona o radar, é preciso dizer que este seria o mais problemático entre os aparelhos, devido às dificuldades em seu manuseio.

Por exemplo, para que a velocidade seja detectada de forma correta, o agente deve apontar a pistola para o veículo e ficar completamente imóvel, uma vez que qualquer movimento pode alterar a aferição do aparelho. Nestes casos o radar pode averiguar apenas a velocidade entre o veículo e o aparelho. Além disso, ele só consegue monitorar um veículo por vez, sendo pouquíssimo abrangente.

Uma variação do radar portátil, é o radar móvel, que se mantém instalado no veículo do departamento de trânsito e que opera em movimento, isto é, o carro não precisa estar parado para aferir a velocidade de outros veículos.

Contudo, este é um pouco menos preciso e não faz registro de imagens. Nesses casos, geralmente, ocorre uma abordagem imediata do agente para com o condutor.

Radar Fixo

radar físico em rodovia

Também conhecido como ‘pardal’, o radar fixo é instalado de forma definitiva em determinadas áreas. O sistema responsável por capturar a velocidade é baseado em sensores eletromagnéticos e a velocidade é indicada pela interrupção do sinal.

É possível observar que, próximo aos radares fixos, existem duas ou três linhas pretas no chão. Estas são as regiões onde os sensores são instalados.

Quando o veículo atravessa a primeira linha, um sinal é automaticamente enviado para o radar que, na sequência, fará um cálculo da velocidade baseado na distância entre o primeiro sensor e os demais.

Ou seja, assim que o veículo passa pelo primeiro sensor e chega ao segundo, o pardal calcula o tempo que o carro levou para cruzar esta lacuna entre um sensor e outro, tornando possível medir a velocidade.

A terceira linha no asfalto, isto é, o terceiro sensor, serve para confirmar a análise do primeiro. Contudo, é no último sensor que existe a conexão com a câmera, responsável pelo registro do dia, hora, local da infração, assim como a velocidade aferida e a placa do carro.

Radar Estático

agente de trânsito ao lado de um radar estático

Este aparelho é instalado em um tripé ou adaptado a um veículo do departamento de trânsito, o que torna sua localização uma grande incógnita.

Seu funcionamento é baseado em uma micro-onda que é disparada em direção ao asfalto, então, quando um automóvel atravessa pela área de cobertura, o sinal sofre uma pequena interrupção e, ao sair da região, o sinal retorna.

Com esse breve momento de interrupção, o aparelho faz o cálculo da velocidade.

Caso seja analisado que o carro está acima da velocidade permitida da via, o radar fotografa a placa do veículo imediatamente. A capacidade de monitoramento do radar estático é de três faixas simultâneas, mas ele consegue gerar apenas uma foto por vez.

Lombadas ou barreiras eletrônicas

barreira eletrônica marcando velocidade de veículo na rua

Todo condutor, passageiro ou pedestre já viu grandes postes com painéis que mostram em tempo real a velocidade do veículo, estas são as lombadas eletrônicas.

Seus funcionamentos são bastante semelhantes ao do radar fixo, ao passo que são aparelhos que contam com sensores inseridos no asfalto e que se baseiam no princípio físico do cálculo da velocidade média.

O início do cálculo de velocidade se dá quando o veículo passa em cima do primeiro sensor, A partir disso, se conta o tempo em que o sinal é interrompido até que o segundo sensor seja acionado. Se essa velocidade for excedida com relação ao valor máximo estabelecido, o sistema faz uma imagem do carro e registra a infração.

Infração por excesso de velocidade

placa de trânsito sinalizando radar de velocidade

Após entender como funciona um radar, é chegado o momento de esclarecer questões relacionadas às multas por excesso de velocidade. Essas infrações estão crescendo cada vez mais no país, perdendo apenas para os flagrantes em que o condutor é pego usando o celular no trânsito.

Mais e mais multas são aplicadas a cada ano. Contudo, o objetivo esperado com essa tática não está sendo alcançado. Isso porque a função principal do radar, que é desencorajar a alta velocidade no trânsito e diminuir a incidência das colisões, não tem se concretizado.

O valor das infrações pode oscilar entre R$130 a R$880, variando da infração média à gravíssima, dependendo do quanto o limite de velocidade é ultrapassado.

De acordo com a tabela de 2017, os valores das multas por ultrapassar o limite de velocidade estipulado na vida, são:

– Multa por ultrapassar até 20% do limite de velocidade

Penalidade de R$130,16 + 4 pontos na carteira. Infração média.

– Multa por ultrapassar entre 20% e 50% do limite de velocidade

Penalidade de R$195,23 + 5 pontos na carteira. Infração grave.

– Multa por ultrapassar acima de 50% do limite de velocidade

Penalidade de R$880,40 + 7 pontos na carteira. Infração gravíssima, havendo a possibilidade de ter a CNH suspensa.

Como Evitar Multas

Após entender como funciona um radar, é normal querer entender como se livrar das temidas multas. Ocorre que esses aparelhos estão distribuídos por toda parte, ainda que diversos condutores encarem esses monitoramentos como “a indústria da multa”, o objetivo central é promover uma maior segurança das rodovias.

Isto é, a única forma de não levar uma multa, é respeitar as leis de trânsito e trafegar dentro da velocidade permitida pela via. Adotando essas medidas, o condutor irá não apenas evitar infrações desagradáveis e transtornos financeiros inesperados, mas também reduzir suas chances de se envolver em um acidente.

Placas devem acompanhar o radar de velocidade?

carro de agente de trânsito com radar de velocidade observando os veículos na rodovia

As placas do tipo R-19 devem acompanhar os radares de velocidade fixos, esclarecendo o limite de velocidade da via, nos termos do art. 6º da Resolução nº 396/11.

É válido citar que as placas devem estar legíveis, em bom estado de conservação e sem alterações, de acordo com o art. 90 do Código de Trânsito Brasileiro.

Com relação ao radar do tipo móvel, portátil ou estático, em rodovias e estradas, é permitido o monitoramento, ainda que não haja placas de velocidade R-19 na região, conforme o art. 7º da Resolução nº 396.

É permitido utilizar aparelho anti-radar?

dispositivo gps anti radar

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, utilizar qualquer dispositivo anti radar é considerado infração gravíssima. E atenção: isso inclui os alertas do navegador de GPS!

Aparelhos de navegação e aplicativos de celular transmitem ao condutor a localização de radares fixos, por meio do sinal de satélite, além de frisar o limite de velocidade mesmo na ausência de placas informativas.

Entretanto, não existem meios legais que proíbam expressamente a prática. Inclusive, tais aparelhos são comercializados livremente, uma vez que não causam interferência nos radares.

Qualquer dispositivo que opere como anti radar pode gerar infração, mas não é proibido, em vista de que essa não é a função primordial do GPS, ele apenas indica o caminho, reforça os limites de velocidade estabelecidos e a localização do radar não pode ser ocultada.

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