A pintura automotiva é um aspecto fundamental para gerar a primeira impressão sobre o veículo, e, portanto, requer cuidados.
Talvez você já tenha ouvido o ditado: “Não julgue um livro pela capa”. Ele se aplica a situações nas quais uma avaliação superficial pode encobrir fatores essenciais que estão em meio às páginas.
No entanto, não deve anular por completo o poder que uma boa capa (embalagem ou qualquer outro revestimento) exerce para atrair as pessoas. Afinal, citando outro ditado, a primeira impressão é a que fica.
Ao analisarmos a qualidade de um veículo, não é diferente. Caso sua parte externa não esteja nas melhores condições, ele fatalmente deixará de ser atrativo, prejudicando, por exemplo, uma eventual venda.
E isso passa pela pintura automotiva, suscetível à degradação quando houver acidentes, exposição excessiva ou mesmo o tempo de uso.
Portanto, mantê-la em dia é fundamental. Vamos explicar a você aspectos da pintura automotiva, seus diferentes tipos, além de dar algumas dicas valiosas.
Boa leitura!
Existem três tipos de pintura automotiva já realizados quando o veículo sai de fábrica; são eles: sólida, metálica e perolizada. Confira abaixo as características de cada.
Este é o tipo mais básico, presente em uma enorme parcela dos veículos. Ele contém pigmentos de cor, geralmente nas opções branco, vermelho e preto.
As tintas usadas nesse processo trazem poliéster ou poliuretano em suas composições. São substâncias similares, exceto pelo fato de o poliéster requerer a aplicação de verniz, algo que explicaremos mais à frente.
Por ser simples, fácil e barata, a pintura sólida não altera o valor final do veículo em uma eventual venda. As montadoras oferecem o serviço sem custos.
A pintura metálica, por sua vez, costuma encarecer o preço do veículo. Sua fórmula é fruto de um procedimento chamado “carga de efeito”, que adiciona ao pigmento uma camada de laca e flocos de alumínio.
Com isso, diante da incidência de luz, a pintura apresenta um reflexo mais intenso, aparentemente dando mais vida à cor. Por falar em aparência, é justamente neste ponto que a pintura metálica se destaca, inclusive fazendo valer aquele ditado da “capa”.
Afinal, o efeito vibrante da tinta utilizada cria a impressão de um veículo mais limpo e brilhante, mesmo que ele não esteja de fato.
Contudo, além do maior custo, esse tipo requer cuidados especiais tanto na manutenção geral como em eventuais repinturas. Portanto, é necessário procurar uma oficina mecânica de sua confiança.
Chegamos ao mais elaborado dos tipos de pintura automotiva. Sua base composta por pó de pérola e mica (elemento de origem mineral) dão a sensação de haver cores diferentes no veículo, dependendo da luz e do ambiente onde se encontra.
Um exemplo desse estilo pode ser visto em veículos com variações da cor branca em tom – como se sugere – perolizado. Porém, se a modalidade metálica é cara, essa aqui custa ainda mais.
Para se ter uma ideia, o tipo perolizado pode aumentar o preço final do veículo zero quilômetro em R$ 2.500 em caso de compra.
Agora, falaremos dos tipos de pintura automotiva realizados apenas em oficinas de pintura: candy e flake.
Nesse tipo de pintura, aplica-se uma tinta semitransparente – chamada “Candy” -, com o intuito de criar efeitos de transparência e profundidade junto à base prata brilhante.
O brilho metálico também pode ser potencializado através da luz solar de acordo com o ambiente.
Este estilo compõe-se de pequenas partículas metálicas à base de poliéster, com granulação bem maior se comparada às pigmentações convencionais. Consequência disso é um intenso efeito de brilho, algo similar às purpurinas.
No início do texto, mencionamos alguns fatores capazes de desgastar a pintura automotiva; e quando isso acontece, é preciso fazer a reparação da área.
É disso que vamos tratar agora, reproduzindo um guia com 10 passos.
Pressupondo a identificação da área a ser reparada, é necessário remover os conteúdos danificados da pintura. Isso pode ser feito de duas maneiras: mecânica ou química.
A primeira requer o uso de lixas especiais, enquanto a segunda – feita com cera e demais produtos próprios – representa um menor esforço físico. Além disso, o modo químico não agride a chapa e não causa escorrimento do componente quando aplicado na vertical.
O lixamento garante a posterior aderência da massa a ser aplicada na área danificada. Após essa ação, é preciso retirar o excesso de pó e limpar a superfície com uma solução desengraxante. Assim, elimina-se todo o resíduo e oleosidade do local, protegendo-o contra contaminações.
Importante destacar que essa solução não deve ser utilizada em superfícies quentes ou debaixo de sol.
A massa tem a função de nivelar e corrigir imperfeições, de modo a evitar a troca de peças e reduzir os custos dos reparos. Existem três tipos principais:
Massa rápida (acrílica): conta com alto poder de preenchimento e acabamento para danos pequenos. Não são catalisadas, ou seja, secam por evaporação e tornam-se mais suscetíveis a danos após o reparo.
Massa plástica: deve ser obrigatoriamente utilizada com o catalisador, ambos misturados na proporção correta. Em geral, podem ser aplicadas na chapa nua e em superfícies devidamente lixadas.
Massa poliéster: também catalisada, mas cujo mecanismo traz um composto semelhante ao da própria massa. Assim, torna-se mais fácil utilizá-la, se comparado ao tipo plástico.
A situação da pintura automotiva e a intenção do proprietário é que irá definir qual tipo de massa o mecânico irá utilizar. No caso das catalisadas, recomenda-se acrescentar de 1 a 3 gramas de catalisador pastoso a cada 100g de massa, misturando os materiais até que se atinja uma cor uniforme.
Para aplicar o produto, costuma-se usar um aplicador de massa (ou celuloide), de modo a garantir a correta aderência e facilitar a próxima camada de enchimento.
Para esta tarefa, recomenda-se o uso de um taco rígido como base à lixa. A melhor maneira de realizá-la é lixar de acordo com o formato da peça, exercendo pressão moderada para não prejudicar a superfície.
As lixadeiras elétricas roto orbitais também são alternativas eficazes, dada sua agilidade que otimiza o tempo de trabalho.
De certa forma, trata-se de uma repetição do que foi feito no segundo passo.
Esta técnica evita a perda de tempo com limpezas em áreas que não precisam de reparos, focando apenas naquilo que é necessário. Para isso, basta isolar os locais, mascarando-os com papel, plástico ou líquido próprio.
Estamos chegando no momento de preparar a superfície para receber a nova tinta. É hora de escolher o tipo de pistola de ar comprimido, o bico e a regulagem ideal, de modo a promover a aderência do local.
Ao selecioná-los, não se esqueça de regular o leque, a pressão e a vazão no manômetro. Também é essencial fazer um teste para verificar a condição do leque.
Depois, é preciso isolar a área de reparo, aplicando o primer (produto próprio para ser utilizado por cima da massa e viabilizar a pintura). Lembre-se de levar em conta sua catálise e diluição.
São necessárias de duas a três aplicações do primer, desde que haja um intervalo de ao menos 5 minutos entre elas. Por fim, deve-se fazer a aplicação de abertura na área lixada, aguardando o tempo estimado para secagem.
Feita com um taco rígido e uma lixa, esta ação é o prenúncio do nivelamento, que, por sua vez, requer o uso de lixas para o posterior acabamento, seguindo o mesmo formato e sentido da peça. Aqui, vale o auxílio de uma roto-orbital, pois sua aplicação reduz as marcas de lixamento.
Com a tarefa bem avançada, a tinta e o verniz dão as caras, mas não sem antes trocar o mascaramento, isolando novamente a área que não será pintada. Depois, é preciso desengraxar o local, selecionando a pistola para aplicar os produtos.
Assim como no 6º passo, lembre-se de regular o leque, pressão e vazão da pistola, aplicando a base sobre o primer. O verniz atua como um complemento à tinta, garantindo maior brilho e proteção. Geralmente, basta aplicá-lo de duas a três vezes, sempre respeitando o intervalo entre as repetições.
A princípio, esta etapa consiste em observar a textura do verniz após a checagem e analisar se há impurezas no local. Se sim, é preciso removê-las por meio do polimento, corrigindo a textura.
Faça assim: recorra primeiramente ao taco rígido e à lixa para remover resíduos sobre o verniz; depois, siga a tarefa utilizando um taco macio até que o verniz fique fosco. E lembre-se que o lixamento deve ser feito sempre em um único sentido.
Para finalizar o processo, eliminando possíveis marcas de lixamento, seguimos com o polimento, mas com o auxílio de alguns outros produtos. As melhores opções são aquelas à base de água.
Agora, caso o realize com uma máquina, será necessária uma politriz com uma boina de lã branca. Feito isso, o produto deverá ser espalhado por toda a área de reparo, com movimentos de vai e vem. A partir daí, já se pode notar o brilho da nova pintura automotiva.
Após efetuar o primeiro corte com a boina de lã, deve-se fazer outro mais leve com o auxílio de uma boina amarela para reduzir as marcas, limpando posteriormente essa peça com um pano de microfibra.
Por fim, a etapa de lustro será cumprida com produtos de sua escolha, visando a intensificar o brilho do verniz, seja com uma politriz com boina mais macia ou manualmente.
Espere pelo menos um mês para lavar o veículo após a pintura.
*Informações baseadas em e-book desenvolvido pela marca Maxi Rubber.
Em que pese a importância do processo convencional de pintura e reparo, nem sempre o dano à lataria do veículo requer tanto esforço na correção.
Com o avanço da tecnologia, surgiu uma nova modalidade no ramo, chamada micropintura automotiva, indicada para resolver pequenos riscos, arranhões ou marcas de pouca visibilidade.
Portanto, avarias ocorridas no cotidiano, como pedras soltas no pavimento, unhadas de animais e esbarrão em carrinhos de supermercado, podem ser solucionadas pela micropintura.
Confira seus dois tipos.
Este processo é bem parecido com o modelo tradicional, requerendo o uso de pistola para a aplicação da tinta e, posteriormente, o verniz.
A vantagem da Spot Repair é corrigir apenas o local afetado, sem a necessidade de pintar toda a peça, algo que não só encareceria o serviço, como também retiraria a originalidade da área.
Semelhante à caneta, o aerógrafo é um equipamento mais fácil de manusear se comparado à pistola. Além disso, dada a precisão do item, o método dispensa o uso da lixa.