Não é fácil definir quando podemos chamar um veículo de carro clássico. Pode ser um clássico para você, por alguma razão específica. Pode ser um clássico pela passagem do tempo. Mas será que há uma forma de definir quando estamos diante de um carro clássico? O primeiro ponto de partida interessante é pensar que um carro com mais de 25 anos já se tornou um clássico. E que talvez um carro mais jovem possa ser, por outras razões, um clássico contemporâneo, moderno. Já um veículo muito, muito antigo, como os carros clássicos do começo do século, já se tornam uma antiguidade. Também se pode considerar um carro clássico aquele que seja especial, com séries limitadas e preços muito, muito altos.
Além da nomenclatura, o carro clássico também carrega outras questões. Em determinados países, os carros antigos são isentos de impostos quando ultrapassam as duas décadas e meia. Na Holanda e no Reino Unido, por exemplo, o carro precisa ter 40 anos para ser considerado um carro clássico e ter isenção de impostos. No Brasil, essa isenção também existe. Nos Estados de Acre, Goiás, Rio Grande do Norte e Roraima, a isenção do IPVA 2020 vale para veículos que já tenham pelo menos 10 anos.
Entre os estados que oferecem isenção para veículos com mais de 15 anos de fabricação estão: Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Alagoas, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul dão isenção de IPVA para modelos com 20 anos ou mais.
Em Minas Gerais e Pernambuco, há redução progressiva no preço do IPVA, que começa a variar dependendo da data de fabricação do carro. Em Santa Catarina, vale para carros produzidos até 1985 (considerando a data atual de 2020). Há quem diga que o limite de idade de 40 anos não seja justo para os chamados clássicos modernos, com seus sistemas mais complexos e segurança. Para os críticos, o limite deve variar entre 30 e 25 anos.
É preciso lembrar que não basta que o carro seja antigo para que o seu preço seja maior. Existe uma diferença sutil entre aquilo que é antigo e aquilo que podemos chamar de velho. Um primeiro aspecto que pode ser avaliado é o registro, a documentação do carro. Saber de onde veio, quais foram os donos ajuda a valorizar o automóvel.
Ter tido apenas um dono também é algo que chama a atenção. A lista, nesse caso, pode ser infinita: manuais originais, peças, pneu, tempo de uso, exposição ao sol. Tudo conta na hora de saber quanto vale um carro clássico.
A quilometragem, quando comprava por meio da documentação, também é argumento na hora de fechar negócios. Na internet encontramos histórias de negociações que ganharam força por conta de pequenos detalhes.
O estado do carro, sobretudo, é o que vai dizer. É isso também que vai determinar, aqui no Brasil, se um carro pode portar a famosa placa preta. A primeira necessidade aqui é ser parte de um clube. Depois, o carro vai passar por uma vistoria que pretende determinar se aquele veículo tem, ao menos, 80% de originalidade. Feita a primeira avaliação, o motorista recebe o certificado. É ele quem vai determinar a autenticidade daquele carro clássico e garantir o direito à carteirinha de membro do clube. Há também uma questão burocrática importante: o veículo deixa de fazer parte da categoria pas/automóvel e começa a integrar a faixa dos col/automóvel. Depois disso é só instalar a placa preta e aproveitar o carro por aí.
Placa Preta?
Com a mudança das placas do Mercosul, uma polêmica surgiu com a necessidade de mudança também dos chamados placa preta. A nova norma diz que elas precisarão ser substituídas por placas prateadas, o que não agradou muito seus colecionadores
Esse tipo de emplacamento vai ser obrigatório também para veículos especiais, que incluem aqueles que ainda são considerados protótipos, peças e implementos, além dos diplomáticos e oficiais.
É grande a lista com carros que marcaram as ruas do Brasil em diferentes épocas. Seja pelo design, pelo motor, pela peculiaridade, pelo preço. Você certamente tem um carro muito querido por você ou alguém da sua família. Por isso, não podemos falar de carros clássicos sem lembrar alguns dos mais queridos por nós brasileiros:
A Kombi tem a cara do Brasil, mas seu nome de origem fica longe de ser fácil para um brasileiro: Kombinationsfahrzeug. Com esse baita nome estranho, ela tinha uma função que lembrava do seu familiar, o Fusca. O objetivo da Kombi era ser simples, barata e, claro, ótima para o lazer e cargas. Acabou virando um ícone da cultura alternativa, dos hippies e ganhou na data de sua despedida um vídeo incrível que tirou suspiros dos amantes desse clássico, fabricado por quase 60 décadas, entre 1957 e 2013.
E por falar nele, quem é que não tem algum familiar que tem ou já teve um fusca? Se você é brasileiro, certamente conhece alguém.
Parece estranho, mas é mesmo verdade que o Fusca foi produzido para repovoar as estradas alemãs depois da Primeira Guerra Mundial, que aconteceu entre 1914 e 1918, e destruiu a economia alemã.
Por isso, assim como a Kombi, o querido Fusca precisava, sobretudo, ser barato, ter uma fácil manutenção e ser econômico no consumo de combustível. Isso explica o sucesso no Brasil, já que este clássico chegou a representar 70% da frota de todo o país durante os anos de 1970. Sua fabricação surpreende: durou de 1936 a 2003.
A produção do Opala durou de 1968 a 1992, mas ele continua chamando atenção até hoje por onde passa. Seu nome tem origem em outros dois veículos da GM, que são o Opel e o Impala, mas teve muitas versões no Brasil, entre elas a Standard/Especial, a Luxo, a Gran Luxo e o Opala SS. Foi também o primeiro de passeio produzido pela montadora no Brasil.
Suas linhas imponentes, peças cromadas e as curvas no design do Opala fez com que fossem vendidas quase um milhão de unidades durante as quase três décadas em que esteve em produção.
Para falar de um mais contemporâneo, nada melhor do que relembrar do Kadett, o Kadettinho, que começou a ser produzido no final dos anos 90 e não chegou a durar 10 anos, para a infelicidade de muitos.
Fora do Brasil, foi lançado em 1936, pela Opel, até desembarcar no Brasil em 1973 como Chevrolet Chevette. Suas versões foram: SL, SL/E, GL, GLS, GS, GSi, GSi conversível, Turim, Lite e Sport. Já a perua Ipanema saiu com os seguintes modelos SL, SL/E, GL, GLS, Flair, Sol e Wave.
O Escort começou a ser produzido no Brasil em 1983, durando cerca de 13 anos no mercado. Na Europa, seu início foi em 1968, sendo um grande sucesso de vendas.
Seu visual esportivo encantou o público de todo o mundo, principalmente no Experimental Reserach 3, que tinha rodas de liga-leve de 14 polegadas, aerofólio traseiro, faróis de milha e neblina, que enlouqueciam os amantes por carros esportivos. Ah, não podemos esquecer dos tetos solares e lavadores de faróis, que pareciam coisa de filme de ficção-científica.
Além da manutenção tradicional de um carro novo, convencional, é preciso considerar que carros clássicos, por serem antigos, precisam de certos cuidados especiais, fora a troca de óleo e outros itens essenciais da manutenção. Esses cuidados não só garantem a preservação e a originalidade do carro, bem como garantem a segurança do condutor e dos passageiros. Veja alguns deles:
Parece clichê, mas faz uma grande diferença manter o carro sempre limpo. Isso não só por uma questão de limpeza e estética, mas, sobretudo, de conservação. A pintura, por exemplo, sofre com a presença constante de sujeiras etc.. Garanta que seu carro possa ser sempre lavado, higienizado, tanto na parte interna quanto externa.
Carros mais antigos, daqueles que foram fabricados antes dos anos 80, utilizavam um sistema de freios chamados sistemas de freio a tambor, que hoje já está plenamente substituído pelos freios a disco. A lona do freio a tambor desgasta muito e, por isso, requer trocas e atenção constantes. Também é preciso considerar que muitos dos carros antigos são mais pesados, por isso motoristas inexperientes precisam ter cuidado ao manejar os freios em vias em que a velocidade seja alta.
E dá mesmo. Ao contrário do que muitos pensam, ficar com o carro guardado não ajuda a preservar. O carro, como nós, precisa de movimento. É preciso manter as peças e todos os componentes lubrificados, revisados e, claro, funcionando! Um carro na rua é um carro mais feliz!
O carburador, como se sabe, é responsável pela produção que mistura o ar e o combustível no motor de combustão interna. É fundamental nos carros clássicos e é preciso levar em conta como são produzidos os combustíveis atuais, na gasolina por exemplo, há 27% de álcool, o que pode gerar danos ao carburador.
Ressecamento, corrosão e dificuldade para regular são alguns sintomas clássicos que dá para evitar garantindo uma limpeza e revisão a cada, pelo menos, 6 meses.
Cinema e automobilismo sempre andaram próximos. Não só foram inúmeras as produções que contavam a história de carros, pilotos e outras proezas do universo do automobilismo, como vários veículos se tornaram famosos para além da trama do filme. Separamos aqui alguns carros que se tornaram clássicos depois das produções que fizeram parte:
Não dá para começar uma lista sobre carros clássicos no cinema sem falar do Aston Martin DB5, usado em 1964, no filme 007. Foi nas mãos do agente James Bond que o DB5 alçou o patamar de carro clássico, principalmente com 007 Contra GoldFinger.
Na vida real tinha entre 282 cv e 325 cv, com 5 velocidades manual e 3 na versão automática, o que o fazia atingir a impressionante marca de 233 quilômetros por hora. Tinha apenas duas portas e teve pouquíssimas unidades vendidas.
No filme, além da potência do motor e do design que enlouquecia o público da época, o Aston Martin DB5 contava com radar, um banco que permitia a ejeção do piloto, um lançador de óleo e uma ferramenta que saía da lateral para atingir outros veículos.
O Goldeneye DB5 hoje pode ser visto no London Film Museum, que fica em Covent Garden. O DB5/1885/R foi arrematado em um leilão da Christies em 2001, chegando a entrar no Guinness, o livro dos Recordes daquele ano pelo valor mais alto pago por um item da franquia do James Bond.
O Delorean DMC-12 é, certamente, um dos carros mais clássicos da história do cinema. Tão potente e incrível que permitia que o Dr Emmett Brown fizesse uma viagem no tempo, em 1985.
Quem acompanhou a franquia, certamente sempre quis dar um passeio num Delorean DMC-12 e, pensando nisso, um empresário fã do filme lançou algumas unidades no mercado por cerca de 25 mil dólares.
Na época, foi produzido por apenas 2 anos, com uma venda de cerca de 9 mil unidades. Tinha um motor com potência de 132 cv, 5 marchas manual e 3 no modo automático.
O Fusca é um clássico por onde passa. Nas telas do cinema não poderia ser diferente. Em 1968 foi ao no cinema e na televisão, a história do Herbie, um fusquinha que tinha vontade própria.
O Herbie era um personagem tão bom que apareceu em seis filmes da Disney: Se Meu Fusca Falasse,(The Love Bug) de 1968; As Novas Aventuras do Fusca,(Herbie Rides Again) de 1974; Um Fusca em Monte Carlo,(Herbie Goes to Monte Carlo) de 1977 (também conhecido como Herbie – O Fusca Enamorado); A Última Cruzada do Fusca,(Herbie Goes Bananas) de 1980, Se o Meu Fusca Falasse (Remake do primeiro filme)(The Love Bug) de 1997 e o mais recente filme é Herbie – Meu Fusca Turbinado,(Herbie: Fully Loaded) de 2005.
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