O sistema de arrefecimento é fundamental para evitar o superaquecimento do motor.
Para que o motor opere corretamente, diversos processos e peças estão envolvidos durante a queima de combustível. Esta, ao dar vida ao motor, eleva as temperaturas do conjunto a níveis altíssimos.
É nesse contexto que entra em cena o sistema de arrefecimento: para evitar o derretimento dos componentes, além de outras graves consequências. Nesta matéria, vamos explicar suas principais características e dar dicas importantes para seu cuidado e preservação.
O sistema de arrefecimento tem a função de resfriar o motor, mantendo-o numa temperatura entre 90 a 100 graus Célsius – faixa considerada ideal. Assim, o veículo continua operando sem problemas gerados pelo superaquecimento.
Sete componentes formam o conjunto, cada um com sua função específica. Vamos agora listar todos eles. Confira abaixo.
Acionada por meio da correia do motor, sua principal função é possibilitar a circulação de água no sistema. Assim, é gerada a troca de calor entre o líquido e as peças do motor.
A válvula termostática garante que a água em contato com o motor atinja a temperatura ideal. Ao alcançar esse nível, a válvula se abre, liberando a passagem da água para o radiador; cria-se, assim, um ciclo de resfriamento do motor.
Cabe ao reservatório armazenar toda a água do sistema de arrefecimento. Ele contém indicadores do nível da água no conjunto, de modo que o motorista saiba quando deverá reabastecê-lo com água e aditivo. Isso ocorre a partir do momento no qual o nível fica abaixo do necessário indicado no marcador.
Este é um dos mais importantes – e conhecidos – itens do sistema de arrefecimento. Seu papel consiste em realizar a troca de calor entre a água quente vinda do motor e o ar mais frio do ambiente.
O radiador conta com aletas de alumínio que permitem a entrada de ar frio. Ao entrar em contato com as aletas, a água é resfriada pelo ar de fora. Logo depois, ela retorna para o ciclo de resfriamento do motor.
O aditivo entra em ação como complemento a fim de impedir que a água ferva ou congele. Dessa forma, ele mantém a temperatura do motor na faixa ideal enquanto o veículo está em movimento. Além disso, há a ação antioxidante para as peças do motor que ficam em contato constante com a água.
Existem três tipos de aditivos: os orgânicos, os sintéticos, e aqueles compostos por etilenoglicol. Cada um tem uma função antioxidante diferente, e o manual do veículo indica qual é o ideal para seu motor.
Os aditivos de etilenoglicol são conhecidos por serem altamente tóxicos. Os orgânicos, por sua vez, são biodegradáveis, enquanto os sintéticos possuem maior vida útil.
A troca de um aditivo deve ser feita por outro da mesma categoria. Por exemplo, se o manual do seu carro indica o orgânico, não é indicado você usar um sintético depois. Alterações como essa podem prejudicar os componentes do sistema de arrefecimento e, consequentemente, o resfriamento do motor.
Também conhecido como “cebolinha de temperatura”, o sensor é responsável por informar a temperatura da água do sistema de arrefecimento. Esse dado é enviado tanto para o módulo de comando (ECU), quanto para o painel do veículo.
O equipamento opera por meio de um termistor interno, cuja resistência varia de acordo com a mudança de temperatura do sistema de arrefecimento.
Chamado de ventoinha, cabe a ele ventilar o radiador, resfriando a água de forma mais rápida e eficiente. Assim, o líquido retorna com melhor desempenho, impedindo um excesso de calor excessivo no motor.
Agora que conhecemos cada componente, é hora de compreender melhor como funciona o sistema de arrefecimento.
Através das mangueiras e com o auxílio da bomba, a água percorre um caminho dentro do motor até chegar ao seu destino: o radiador. Nesse trajeto, a temperatura do fluido aumenta bastante, precisando ser resfriada.
No radiador, a troca de calor com o ar externo se dá pelas aletas de alumínio, de maneira a garantir o resfriamento junto à ventoinha. A válvula impede que a água escape e, após ser resfriada, abre caminho para ela voltar ao seu local inicial, finalizando o ciclo.
O eletroventilador, por sua vez, é ativado quando as altas temperaturas representam risco ao sistema de arrefecimento, acelerando o resfriamento.
Há dois tipos. O primeiro é o sistema aberto, cuja aplicação era mais comum nos nos 1980. Dada sua configuração, o fluido evaporava com facilidade, tornando necessário repor o radiador constantemente.
O segundo tipo é o sistema de fluxo fechado e pressurizado, que impede com eficácia muito maior a evaporação da água e do aditivo. Assim, o proprietário do veículo não precisa repor o líquido a todo momento.
O sistema de arrefecimento pode apresentar uma série de defeitos. Vamos apontar alguns dos principais, explicando como evitá-los e/ou corrigi-los.
Pode ser causado por mangueiras furadas e ressecadas, abraçadeiras mal posicionadas, e até mesmo furos no radiador. Para o conserto, a troca de abraçadeiras e mangueiras – caso o problema seja nelas – é necessária.
Em alguns casos, o conserto do radiador também é uma alternativa viável. A recomendação é sempre substituir o componente completo.
Este é um dos problemas mais comuns. Causado pela ferrugem no sistema de arrefecimento ou na própria bomba, ele pode ser evitado pelo preenchimento com mais aditivos.
Como mencionado acima, eles servem para evitar a ferrugem devido às suas propriedades anticorrosivas quando misturados com a água que fica em contato com as peças.
As galerias são pequenos espaços localizados no caminho percorrido pela água até chegar ao radiador, onde ocorre seu resfriamento. Caso não estejam limpas e livres, esse trajeto pode ser interrompido, comprometendo o funcionamento do motor.
A sugestão é revisar o sistema em um centro automotivo de confiança, bem como a troca de água e fluídos ao fazer a limpeza do sistema de arrefecimento.
No motor, a tampa e o bloco são interligadas por juntas, que, por sua vez, formam o que chamamos de “junta do cabeçote”. Após o período estipulado pelo manual do proprietário, sua troca também é necessária em função das deformações no material que a compõe.
Caso a junta seja mal colocada, ela pode obstruir a passagem de água nas galerias e atrapalhar o resfriamento do motor. Assim, gera-se o superaquecimento e os consequentes danos irreparáveis ao veículo, incluindo a perda total.
A falta de resfriamento entre as peças também pode ocorrer pelo fato de nível do óleo no motor estar abaixo do recomendado. Como o óleo serve para lubrificar as peças, sua falta pode ocasionar a quebra delas.
Além disso, o óleo auxilia no resfriamento do sistema. Caso o componente esteja abaixo do nível, há o risco de superaquecimento do motor – e, claro, futuros problemas ao veículo.
Agora que você conhece os principais problemas que o sistema de arrefecimento pode sofrer, daremos algumas dicas para evitá-los.
A manutenção preventiva é sempre essencial para impedir futuras dores de cabeça ao ter que levar o carro para o conserto. Também é possível realizar outros tipos de manutenção, como a preditiva e a corretiva, todas de acordo com a necessidade de seu veículo.
Para manter o sistema de arrefecimento em bom estado, vale também não colocar somente água no reservatório. Acrescente a mistura de água desmineralizada e aditivo para não danificar, nem oxidar os componentes do motor.
Outra dica importante é checar uma vez por semana o nível de líquidos no reservatório. Caso o índice esteja muito baixo, provavelmente há algum vazamento.
Também tenha muita atenção ao seguinte: não abra a tampa do componente quando o veículo estiver ligado (ou logo após seu desligamento). Fazer isso é perigoso tanto para o motorista quanto para as peças, e os danos podem ser irreversíveis.
Além do sistema de arrefecimento, revisões periódicas dos demais componentes veiculares devem ser levadas em conta. São, inclusive, altamente recomendadas pelas fabricantes.
Por fim, o mecânico pode checar se há alguma peça danificada, quebrada ou furada, ou se a passagem de água está entupida. Tudo isso é passível de afetar o resfriamento e o rendimento do motor.
Encerramos por aqui! Agora, anote todas essas informações e coloque-as em prática, preservando seu veículo e a si mesmo.
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