Dirigir à noite é considerado uma condição adversa ao motorista, trazendo riscos para ele e seus passageiros. Portanto, entenda quais são os problemas envolvidos e os cuidados a serem tomados.
No Brasil, existem 74 milhões de motoristas, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), em levantamento feito em 2020. Todos os dias, estes cidadãos dividem as ruas e avenidas para chegar ao destino desejado. No entanto, também é alto – alarmante até – o número de pessoas que se envolvem em acidentes.
De acordo com o Ministério da Saúde, acidentes graves vitimaram 1.636.878 pessoas entre 2009 e 2019 no País. E a principal causa deles é a falta de atenção, segundo o Atlas da Acidentalidade no Transporte Brasileiro. Ao dirigir à noite, a situação se agrava, demandando mais atenção dos condutores.
Apesar de dirigir à noite ser a circunstância que mais exige atenção, essa condição adversa de dirigibilidade não é a única. Confira algumas.
Parece óbvio dizer que é necessário ter o farol aceso. Mas, por mais evidente que isso seja, muitos motoristas acabam esquecendo. Dirigir com farol desregulado gera uma multa de R$ 195,23, além de 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e retenção do veículo para regularização.
Existem diversos tipos de farol em um mesmo veículo, cada um com sua função, que devem ser usados para situações específicas.
Se durante o dia precisamos estar bastante atentos, dirigir à noite eleva essa responsabilidade. Mantenha distância ainda maior em relação ao veículo à sua frente para ter mais tempo de reação, caso ocorra algum problema.
Em condições normais, o recomendado é escolher um ponto físico na estrada. Assim que o veículo da sua frente passar por essa referência, você deve demorar, no mínimo, dois segundos para ultrapassar o mesmo ponto.
O farol dos veículos em sentido contrário podem causar cegueira momentânea ou ofuscamento por até 7 segundos. Por exemplo: se a velocidade no momento for de 80 km/h, isso significa andar até 160 metros sem enxergar. Diminuir a velocidade evita a dirigibilidade cega por maiores períodos.
Aliada ao aumento da distância, diminuir a velocidade amplia o tempo de reação do motorista e, consequentemente, reduz as chances de acidente.
Ao fazer longas viagens, é comum ignorar o sono para continuar a rota e chegar mais cedo ao local de destino. Muitas pessoas recorrem ao uso de remédios para conseguirem se manter acordados por mais tempo. No entanto, o sono é, acima de tudo, uma necessidade do corpo.
Ignorar essa condição põe em risco a vida de todos os presentes no veículo, além do trânsito como um todo. O sono afeta a percepção sobre a realidade e capacidade de reflexo. Para ele, a única saída é… dormir! Por isso, faça um planejamento de paradas para descansar durante a viagem e, principalmente, durma bem antes dela.
Dirigir à noite simboliza muitas vezes a ansiedade em chegar ao destino. O que, algumas vezes, leva motoristas a descumprirem as regras e códigos, como conversões e ultrapassagens proibidas.
Ao descumprir a lei, o condutor coloca em risco sua vida e a de todos que dividem a via com ele. Por isso, a conscientização e educação são elementos fundamentais diante de tantos acidentes causados por erros humanos.
Confira o estado das lâmpadas de freio e dos faróis. Caso o veículo seja flagrado com defeito no sistema de iluminação, a multa é de R$130,16 e quatro pontos na CNH.
Verifique sempre a condição do retrovisor e do para-brisa. Com o cair da noite, os dois podem ficar embaçados, dificultando a visão de quem dirige.
Em situações extremas, o motorista pode utilizar a linha de bordo como guia. Ela fica à direita do condutor, e pode ser utilizada quando a visibilidade está ruim. Você também pode se basear pela linha do acostamento.
Há medos e medos. Um pequeno temor pode ser apenas uma cautela levemente excessiva, que torna o motorista até mais protegido contra eventuais acidentes. Já a amaxofobia – medo irracional de dirigir – que atinge uma parcela até considerável dos motoristas, especialmente os recém-habilitados, supera alguns limites.
Entre os sintomas da amaxofobia estão:
Caso se identifique ou sinta algum deles, a recomendação é procurar um médico especializado, terapeutas, psicólogos ou psiquiatras. Algumas dicas para se acalmar, no entanto, servem tanto para casos de medo mais superficiais quanto para fobias.
Além de dirigir a noite, penumbra e excesso de luz são consideradas partes da mesma adversidade. Existem comportamentos que podem ser adotados pelo condutor a fim de evitar acidentes nessas situações.
Alguns momentos do dia são caracterizados pela alta incidência de luz solar, o que pode provocar ofuscamento da visão de quem dirige. É possível evitá-lo utilizando óculos de sol e o para-sol.
Caso o motorista esteja com a pala protetora inoperante, poderá sofrer multa de R$ 195,23 e retenção do veículo, segundo o Código Brasileiro de Trânsito (CTB).
A penumbra caracteriza-se pela incidência parcial de luz, no final de tarde ou ao amanhecer. Nessa situação, a solução é ligar o farol baixo para enxergar com mais nitidez o que está à sua frente.
Há ainda as condições adversas que não dependem da luz. Dirigir à noite, somado a elas, aumenta exponencialmente os riscos. Confira:
Quando chove, a água na pista diminui a aderência dos pneus – elevando, portanto, o risco de derrapagem. Assim como à noite, é necessário ligar as luzes de posição ou farol baixo, reduzir a velocidade e aumentar a distância para o veículo da frente.
Em caso de chuva de granizo, a melhor opção é aguardar em um local seguro. Caso as luzes de posição não estejam ligadas durante fortes chuvas, o motorista estará cometendo infração média, segundo o artigo artigo 250 do CTB.
Com o avanço das tecnologias digitais, é cada vez mais comum o uso de celulares, prática que representa enorme perigo ao trânsito em geral. O aparelho rouba a atenção e a percepção do motorista.
Por colocar a vida de terceiros em risco, a multa para quem for flagrado usando o celular enquanto dirige é de R$ 293,47, mais 7 pontos na carteira.
Como vimos em relação às chuvas, o veículo que trafega sobre poças d’água perde aderência ao solo. Somando isso à alta velocidade e pneus malconservados, a chance de acidentes cresce.
Por isso, independentemente da situação, é essencial não abusar da velocidade e manter os pneus em bom estado.
Pneus bem conservados são aqueles que possuem sulcos maiores que 1,6 milímetro de profundidade. O sulco serve como escoamento da água para evitar que o veículo deslize.
Se dirigir à noite em cidades já requer cuidados, em rodovias mais ainda. Viagens, muitas vezes longas, distantes de serviços básicos e com baixo ou nenhum sinal telefônico demandam atenção especial.
Em regra, são utilizados para estacionar em momentos de emergência. Quem trafegar pelo acostamento sem justificativa pode ser punido com multa de R$ 574,62 e sete pontos na CNH.
Pela característica dos modais brasileiros, as rodovias são o principal meio de transporte de mercadorias. Assim, é extremamente comum o encontro com caminhões durante o trajeto. Manter maior distância desses veículos pesados e com frenagem mais lenta pode ser decisivo para evitar acidentes.
Por cruzarem zonas de florestas e preservadas, as rodovias podem ser palco para o aparecimento de animais silvestres. Quando avistá-los, o ideal é reduzir a velocidade e sinalizar com o pisca-alerta para os outros motoristas pararem. Trata-se de uma situação excepcional.
Dependendo da quantidade de malas levadas em uma viagem, o peso pode desestabilizar o veículo. A distribuição deve ser de modo mais igualitário possível dentro dele.
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