Um carro é constituído de milhares de peças complicadas e complexas – de difícil compreensão para quem não é mecânico. Mas o filtro de combustível não é uma delas: ele é um apetrecho tão simples quanto essencial. Mesmo assim, muitos motoristas se perguntam, com frequência, qual a função do filtro de combustível. E, mais: “quando devo trocá-lo?”.
Diferentemente de um motor de carro, que possui diversas engrenagens e cilindros, o filtro de combustível é composto por aço, alumínio ou até mesmo plástico e também por uma malha de papel à base de fibras de celulose. Essa malha é responsável por filtrar o combustível que chega do tanque do veículo, retirando suas impurezas, e então ela o envia ao motor.
O filtro sempre está localizado, portanto, entre o tanque de gasolina e o motor do carro – geralmente na parte traseira do veículo.
A pergunta talvez soe um tanto óbvia, mas é preciso entender quais são as ameaças que o filtro deve combater – o porquê realmente de ele estar ali.
Sabemos, até agora, que o combustível (seja ele gasolina ou etanol) é armazenado em um tanque, e que a bomba de combustível do carro o leva até o filtro. Essa última peça retém as “impurezas” que vêm ao seu encontro, através da malha de celulose, e então o restante do combustível segue até os bicos injetores do motor.
Mas que impurezas são essas?
Elas podem estar tanto no combustível como no próprio tanque do carro, e são partículas de sujeira como poeira, ferrugem e até mesmo água. Esses resíduos podem ter se acumulado ali de várias formas: poderiam já estar dentro do tanque, podem ter se acumulado ao longo do transporte, ou podem estar mesmo na própria gasolina ou etanol.
Há muitos postos de gasolina, por exemplo, que vendem combustíveis adulterados. Isso pode gerar um trabalho muito grande para o filtro e pode acabar sobrecarregando-o. Assim, ele vai precisar ser trocado com uma frequência muito maior.
É bom lembrar que as impurezas estão sempre se acumulando na malha do filtro, diminuindo a passagem de combustível, e por isso sua troca periódica é essencial – mesmo quando o abastecimento é feito em postos confiáveis e seguros.
Um automóvel só consegue funcionar bem quando todas as suas peças estão em harmonia e em bom estado. Como já visto, a peça principal tratada nesse texto é um simples filtro (uma simples malha) que ajuda a manter limpo o combustível. No entanto, quando ele já passou do momento da troca, os danos ao veículo podem ser muito custosos.
É muito comum, por exemplo, que haja danificação na bomba de combustível. Isso porque, quando o filtro não está mais funcionando bem, a gasolina ou o etanol passam com mais dificuldade pela malha até chegar no motor, e a bomba fica sobrecarregada. Afinal, ela tem que fazer uma força muito maior para transportar o mesmo material até que ele chegue ao motor.
Também é comum, quando o filtro não está em bom estado, que os detritos e impurezas cheguem aos bicos de injeção eletrônica (responsáveis por espalhar o combustível pela câmara de combustão). A limpeza, nessa situação, é mais complicada.
Para se ter uma ideia, o kit para descarbonização (limpeza) dos bicos de injeção custam por volta de R$ 50,00, e o bico em si custa por volta de R$ 100,00 (quando não é mais caro).
O filtro, em si, costuma custar apenas R$ 30,00 – e há alguns de até R$ 10,00, embora o motorista deva sempre certificar sua qualidade.
O que poderia parecer algo mais complicado – levar o carro ao mecânico para verificar e trocar o filtro – pode acabar se tornando muito mais fácil e simples do que as consequências de não tomar nenhuma atitude.
Há alguns sinais que o próprio carro dá quando o filtro não está em bom estado. Os principais sintomas estão indicados abaixo, e o motorista deve estar sempre atento a eles, para o caso de precisar fazer os ajustes necessários.
– Dificuldade na aceleração. Quando o filtro de combustível está passando por algum problema, é comum que o carro passe a não responder tão bem aos comandos do condutor. Se pisar no pedal da aceleração até o fundo não está mais funcionando, pode ser sinal de que o veículo precisa ser levado ao mecânico.
– Perda de potência nas partidas. Da mesma forma, se o condutor percebe que o arranque não é realizado de uma forma tão tranquila (ou seja, quando a partida se torna mais difícil ou até mesmo não pega), também é bom verificar se o defeito está no filtro.
– Diminuição no desempenho. O rendimento do carro está prejudicado? Não consegue acelerar nem frear com tanta facilidade? Não consegue manter a velocidade do carro alta e constante? Esse é outro dos sintomas.
– Consumo de combustível. Se o carro de repente passa a correr menos com uma quantidade maior de combustível, é sinal de que há algo de errado. Embora o problema possa estar associado a muitas peças diferentes do carro, o filtro desgastado é uma delas.
– Marcha lenta irregular. O carro tem engasgado muito e andado de forma estranha e desnivelada em primeira ou segunda marcha? Essa irregularidade é uma das principais maneiras de identificar problemas no filtro de combustível.
– Lâmpada de advertência acesa. O carro possui uma série de pequenas lâmpadas que advertem o motorista sobre algum problema que está acontecendo ou que pode vir a acontecer. Elas podem ser até mesmo aquela luz que indica que os passageiros precisam apertar o cinto. Mas é bom conferi-las sempre: pode ser que indiquem problemas na bomba de combustível também.
Caso um desses sintomas (ou vários deles) estejam atingindo o seu carro, é sempre importante tentar entender o que pode ter de errado com ele. E, por mais que o filtro de combustível em si seja muito simples e tenha um descarte muito fácil, sua troca não é assim tão intuitiva – e é melhor que seja endereçada a um profissional do ramo.
Todos os sinais citados no tópico acima podem estar relacionados a um mal estado do filtro de combustível. Sempre que o motorista os identificar, é bom que verifique o filtro e, caso necessário, substitua-o. Mas essa peça do carro precisa ser trocada não só quando há sinais de desgaste.
Quando o motorista compra o seu carro, ele já deve verificar no manual do fabricante qual a frequência de troca desse elemento. Antes, muitos dos manuais de automóveis diziam que a troca poderia ser feita a cada 30.000 quilômetros rodados. Atualmente, no entanto, essa medida mudou: a maioria hoje pede que a troca seja realizada de 10.000 em 10.000 quilômetros.
É bom lembrar: esse período varia de fabricante para fabricante, então é preciso sempre verificar o manual.
Apesar disso, há outras variáveis que fazem o filtro sofrer um desgaste antes do tempo recomendado: a qualidade do combustível e as condições de limpeza do tanque tem influência direta na vida útil da peça. Dependendo de qual combustível o veículo se alimenta, o filtro precisará ser trocado antes.
Também é bom lembrar que o filtro de combustível é um item de segurança para o carro, e atrasar sua troca pode trazer complicações muito maiores para o motor. Não se deve, em hipótese nenhuma, tentar limpar o filtro: o ideal é mesmo substituí-lo por outro, que não é caro.
A troca costuma levar apenas 30 minutos quando feita dentro de uma oficina mecânica.
Os filtros novos comprados também devem seguir as especificações sugeridas no manual do fabricante do carro, porque cada peça é feita de um material diferente. Veículos movidos a etanol ou bicombustíveis, por exemplo, precisam de materiais mais resistentes para funcionar, porque esse tipo de combustível é mais corrosivo.
A limpeza preventiva do tanque de combustível não é um consenso entre todos os mecânicos. Muitos apontam que ela só é necessária para carros mais antigos, principalmente aqueles desenvolvidos e vendidos antes dos anos 90. No entanto, é sempre bom verificar se o tanque está em bom estado e se não está levando impurezas para o filtro – e, depois, para o motor.
A limpeza do tanque também deve ser feita em carros que são abastecidos constantemente com combustível adulterado e de qualidade baixa – ou quando correm com o combustível na reserva com muita frequência. Se o filtro tem precisado de trocas muito frequentes, também é sinal de que o tanque precisa ser limpo.
Para fazer esse processo de limpeza, é importante que haja um profissional na área orientando ou sendo protagonista da atividade. Isso porque as ferramentas não são assim tão simples e são poucos os que as têm dentro de casa. Além disso, fazer o procedimento sem ter experiência pode acabar danificando as peças do carro.
O tanque vai precisar ser retirado do veículo, e todo e qualquer combustível dentro dele vai ser esvaziado. A limpeza é feita então com produtos específicos. Quando já limpo, o tanque precisa ser reinstalado da maneira correta.
Além do filtro de combustível, também há 3 outros presentes em veículos. Cada um possui uma função específica e importante no funcionamento do carro, e precisa ser trocado conforme as especificações do manual do fabricante. Eles são:
Esses filtros estão diretamente relacionados com o bom estado de um motor. São compostos de camadas de papel e fibras de algodão e sua função é reter impurezas que chegam pelo ar e querem se intrometer dentro do motor do carro.
Assim, o motor é poupado de detritos, que poderiam diminuir seu desempenho e desgastar os pistões e a biela. O filtro de ar é, portanto, um item essencial e de segurança do veículo.
Geralmente, sua troca é recomendada a cada 10 mil quilômetros rodados, mas há sempre alterações nesse número, que devem ser consultadas em cada manual de carro. Caso isso não seja feito, pode ser que aconteça um aumento no gasto com o combustível.
Para perceber quando há problemas no filtro de ar, pode-se observar visualmente a peça. Se ela parece suja, carregando impurezas, está na hora da troca. Também existe a possibilidade de os próprios passageiros do carro começarem a sentir cheiro de fumaça e um aumento leve da temperatura ambiente. O problema pode estar nesse filtro.
Esse filtro está muito relacionado com as partes metálicas do motor. Elementos como pistões, cilindros, virabrequim, cabeçote e biela estão sempre se movimentando e tendo contato uns com os outros. Dessa forma, um desgaste pode acontecer e pequenas partículas desses metais (aço e alumínio, principalmente) podem acabar circulando pelo óleo do motor – gerando desgastes.
Caso não seja feita a troca do filtro de óleo, essas partículas metálicas vão continuar circulando pelo motor e podem danificar várias das peças: além das citadas acima, os anéis, as válvulas e mancais também estão correndo perigo.
A troca desse filtro deve ser feita, geralmente, a cada 10 mil ou 15 mil quilômetros. Outra medida a ser adotada pelos motoristas é que, a cada troca do óleo do motor, pode ser feita a troca do filtro de óleo também. É bom tomar cuidado, porque deixar de fazer essa troca pode até mesmo gerar a fundição do motor.
Nem todos os carros possuem ar-condicionado. Mas aqueles que o têm precisam dar atenção a essa outra peça: o filtro do ar-condicionado. Ele é importante, porque retém impurezas que vem do lado de fora do carro para o lado de dentro. Como cada motorista pode decidir usar esse aparelho com uma frequência maior ou menor, é difícil especificar uma medida exata da troca do mesmo. Mas o ideal é que ele seja checado a cada 20 mil quilômetros rodados. Caso contrário, as impurezas da rua e o mal cheiro podem acabar entrando para dentro, passando a conviver com os passageiros.
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