O alinhamento de um carro é um componente fundamental para o seu pleno funcionamento. Quando um veículo começa a puxar mais para a esquerda ou para a direita, é sinal de que suas rodas estão desalinhadas, o que gera desgaste irregular dos pneus. Há uma forma mais eficiente de fazer esse alinhamento: descubra o que é e como funciona o Alinhamento 3D.
Essa não é uma tecnologia assim tão nova, tendo sido usada pela primeira vez em 1995. Mas foi aos poucos que o mercado automobilístico brasileiro foi absorvendo-a. Hoje, já existem muitas oficinas e autocenters pelo Brasil que utilizam a tecnologia, e ela tem sido cada vez mais visada: afinal, é uma maneira mais precisa e rápida de fazer o alinhamento de um carro.
Ela consiste, basicamente, em usar sensores e plataformas para medir o quanto as rodas estão endireitadas. Para isso, há um sistema eletrônico em que as especificações do fabricante de cada carro são inseridas, e então o mecânico pode medir com precisão onde estão os descompassos.
Depois de feito o alinhamento 3D, é como se o carro saísse novamente da fábrica: isso porque ele está alinhado exatamente como pede o manual do fabricante. As técnicas mais antigas de alinhamento, embora também funcionem, não são tão precisas. Descubra o porquê, e quais as outras vantagens dessa tecnologia.
Depois de já explicado o que é o alinhamento 3D, é interessante entender como exatamente ele funciona.
Para que esse tipo de alinhamento seja feito, é preciso que a oficina mecânica tenha máquinas e equipamentos específicos para tal. Essa maquinaria envolve câmeras, tela de computador, refletores, sensores e plataformas – além de um sistema complexo de medições e comparações.
Funciona da seguinte maneira: o carro é colocado acima de plataformas, as quais possuem uma série de sensores. Esses sensores leem a posição de refletores instalados nas rodas, analisando os parâmetros x, y e z (as três dimensões da roda). As medidas são feitas por meio de um sistema de referência integrado com pêndulos de curvatura e inclinação.
Os resultados e medições são direcionados para uma tela de computador que também faz parte do equipamento comprado. Nessa tela, aparecerá o desenho tridimensional de algumas partes do veículo (inclusive das rodas).
Por último, o sistema também mostrará qual é a variação das medidas encontradas em relação às especificações e configurações de fábrica de cada modelo – devidamente registradas no sistema eletrônico.
Tudo isso garante resultados muito precisos, sem necessitar de calibrações complicadas. Para o mecânico, é só posicionar corretamente as peças e depois verificar qual a diferença entre as medidas obtidas e as medidas ideais do veículo, especificadas pelo fabricante.
Então, o profissional poderá fazer um ajuste muito mais apurado, deixando o carro tão alinhado quanto aqueles que acabaram de sair da fábrica.
Algumas das vantagens do alinhamento 3D já foram citadas, mas vamos explorá-las melhor nesse tópico. Facilidade de operação, precisão, durabilidade da calibragem são algumas delas.
Uma das melhorias mais óbvias talvez seja a precisão obtida com as medidas do alinhamento 3D. Afinal, há uma série de aparelhos e componentes computadorizados em alta definição, visando justamente que os marcos sejam mais exatos. Seus sensores têm um esmero muito grande e proporcionam uma leitura tridimensional das partes do veículo.
Tudo isso é positivo não só para o cliente – que realmente gostará mais do resultado – como também para a própria oficina. Isso porque o cliente voltará mais vezes procurando o serviço, além de recomendá-lo a terceiros. Os profissionais também podem cobrar mais caro pela operação, uma vez que ela envolve aparatos tecnológicos melhores e mais complexos.
Além disso, a própria necessidade de manutenção é bem menor, o que faz o alinhamento 3D ser um investimento muito positivo a longo prazo.
Por ser um sistema computadorizado e que oferece medidas tão complexas, pode parecer que a utilização desse aparelho é mais difícil. Mas isso não é realmente verdade. Embora haja diversas peças que o profissional da mecânica tenha que manusear para obter os resultados, elas não são tão complicadas. Encaixá-las costuma ser até mesmo intuitivo.
O operador precisa, além de posicionar os elementos, realizar os ajustes depois de já obtidas as medidas. Ele precisará dedicar uma atenção especial à diferença mostrada entre o desalinhamento obtido e o alinhamento recomendado pelo fabricante daquele modelo de carro.
Não há muitos fios e cabos no aparelho, pois normalmente a comunicação entre suas peças é feita via bluetooth ou wireless.
Também há uma agilidade muito maior no atendimento aos clientes da oficina. Não é tão difícil imaginar o motivo: uma vez que o mecânico tem um trabalho muito menor ao posicionar o equipamento (e uma vez que recebe os resultados mais rápido), cada serviço pode ser despachado com maior frequência.
Esse é um fator muito importante, porque faz com que os próprios clientes se sintam mais satisfeitos com o serviço prestado pela oficina ou autocenter. Agilidade, afinal, é uma das maiores procuras entre os motoristas que levam o carro para o conserto.
Além dessas três vantagens citadas, também há um aumento na durabilidade do alinhamento. Isso acontece porque, como ele é feito com uma precisão maior, há uma tendência menor de que o pneu volte a se desestabilizar. Assim, o mesmo serviço acaba durando por um tempo maior.
Por mais que tenha surgido em 1995, o alinhamento 3D foi se aprimorando com o tempo e hoje representa uma forma moderna de endireitar os pneus. No entanto, as maneiras mais antigas ainda são bastante utilizadas, embora entreguem resultados diferentes. Conheça duas delas:
Essa é a forma mais antiga e, por consequência, menos tecnológica de fazer um alinhamento. Também é conhecida como “alinhamento manual”. Ela consiste em prender às rodas do carro dois instrumentos óticos: canhões (ou faróis) de luz. Para realizá-lo, é preciso ter um painel com medições na frente do veículo.
Assim, quando as luzes são ligadas, é possível ver se as elas estão em uma mesma reta. Aos poucos, é possível ajustá-las. O problema desse tipo de alinhamento é que ele é muito pouco preciso: para saber os ajustes a serem feitos, o mecânico deve se basear nas medidas da parede e na luz projetada.
Além disso, não há especificações relacionadas a cada modelo de carro.
Um pouco mais complexo, o alinhamento a laser (conhecido também como “alinhamento eletrônico computadorizado) continua tendo um funcionamento bastante parecido com o óptico. No lugar dos focos de luz, são colocados projetores a laser em cada roda. O painel à frente do carro possui maiores referências de medidas também.
Ele é mais eficiente, porque o laser é mais rápido do que a luz, e também é um feixe bem mais exato. Além disso, o painel à frente é feito de uma chapa de aço, escadas para centralização do volante, pratos dianteiros e bandejas traseiras, além de um jogo de cavalete para fixação do conjunto. Tudo isso é uma forma de obter medidas mais exatas.
Ainda assim, o sistema continua tendo imprecisões. E ele também não leva em conta as configurações ideais de cada modelo de carro.
Depois de já dito tudo isso, é essencial explicar também o porquê de o alinhamento ser um elemento tão importante para o funcionamento de um carro. O processo, afinal, tem o intuito central de colocar em ordem os sistemas de suspensão e a direção do veículo.
Ele não só aumenta o seu desempenho (reduzindo o consumo de combustível), como também é importante para a segurança do mesmo. Isso porque o volante se torna mais preciso, sem que a direção tombe para um lado ou outro, e, assim, o motorista tem um controle maior sobre o próprio carro – algo essencial para a sua segurança.
Além de regular as rodas, tornando-as perpendiculares ao chão e paralelas umas com as outras, também se verifica a inclinação dos pneus e de peças centrais da suspensão.
Se tudo for ajustado e ficar “nos trinques”, os pneus não sofrerão um desgaste irregular enquanto andam pelas ruas – uma vez que uma roda não estará sobrecarregada em relação à outra. Evitar essa sobrecarga significa, também, evitar um consumo maior de combustível pelo automóvel (algo desejado por todos os motoristas).
Há muitas formas diferentes de causar desalinhamento dos pneus. A principal fonte delas é quando a roda passa por muitos trancos e, aos poucos, acaba saindo dos eixos.
Passar por ruas esburacadas, chocar o pneu contra a calçada com frequência, ou sofrer batidas: esses são motivos fortes que podem levar ao desalinhamento. Por isso, é importante evitar estradas mal pavimentadas e dirigir de forma mais cautelosa.
Mas há outras razões que também são causas da irregularidade na posição dos pneus. Uma delas é o desgaste de peças que compõem o sistema de suspensão. As molas de suspensão são um desses elementos, que podem acabar se deteriorando com o tempo e cedendo. Outras conexões e juntas também podem se desajustar e causar desalinhamento.
Não fazer a calibragem dos pneus com a frequência adequada também pode causar sobrecarga de um deles, e, consequentemente, descompassos no alinhamento do carro. Também é sempre bom ficar atento quando há substituição dos pneus do veículo, verificando se ele continua alinhado depois da troca.
Além dessas causas citadas, também pode-se ter problemas do gênero quando a altura do veículo é alterada, sem fazer as correções necessárias no seu sistema de suspensão. Nessa situação de mudança na altura do automóvel, as peças devem ser analisadas e, caso seja necessário, até mesmo trocadas.
É preciso saber quando está na hora de levar o carro para uma revisão. Há muitos sinais que o próprio veículo dá quando ele já não está alinhado. Muitas pessoas confundem os sintomas de falta de alinhamento com falta de balanceamento, então vamos esclarecer essas dúvidas.
O desgaste irregular dos pneus é um sinal muito forte. Quando um dos pneus está com uma aparência boa, menos desgastado, e o outro já está mais “careca”, é uma indicação de que um dos lados do carro está sendo sobrecarregado. Em outras palavras, o veículo está desalinhado.
Outro dos sinais é quando, mesmo em uma estrada plana, o veículo começa a se desviar de uma linha reta. O volante está centralizado e o motorista não está movendo-o para nenhum lado, mas as rodas se inclinam para a esquerda ou para a direita e seguem nessa direção.
Automóveis que puxam muito para um lado são fortes candidatos a estarem desalinhados.
Também pode acontecer de o próprio volante começar a se virar para algum dos lados, contra os comandos do motorista, respondendo ao mal alinhamento das rodas. Em uma curva, isso se torna ainda mais perigoso, porque o volante pode apresentar resistência a voltar para a sua posição ideal.
Da mesma forma, o carro também apresenta seus sintomas quando o seu balanceamento não está adequado. Mas, diferentemente do desalinhamento, a fonte principal de desconfiança do desbalanceamento vem de vibrações anormais provocadas por partes do automóvel.
Vibrações no volante devem ser verificadas sempre que forem identificadas. Além disso, quando a carroceria do carro também apresenta balanços e oscilações, também é importante levar o automóvel para a revisão e notar se ele tem problemas em seu balanceamento. Outro sintoma frequente são recortes no pneu do carro.
Mesmo quando o carro não apresenta nenhum dos sintomas acima, continua sendo importante levá-lo para uma concessionária com a frequência adequada. Cada carro possui uma especificidade, anotada em seu manual do fabricante, mas há uma recomendação mais geral para as revisões.
Geralmente, é recomendada uma verificação no alinhamento e balanceamento a cada 10 mil quilômetros rodados. É importante ressaltar que os dois serviços são bastante diferentes entre si, e não devem ser vistos como uma coisa só. A revisão é necessária para cada um deles.
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