O filtro de cabine (ou filtro do ar-condicionado) é essencial para eliminar as impurezas, garantindo a saída de um ar limpo para os ocupantes do veículo respirarem.
Se, ao dirigir com o ar-condicionado ligado, você respira um ar limpo, isso não ocorre pelo simples fato de estar dentro do veículo, aparentemente protegido contra eventuais gases poluentes externos. Na verdade, o aparelho por si só não é capaz de reter tais agentes nocivos.
Aliás, não é de hoje que está comprovado que ar-condicionado e portas fechadas não barram a poluição do trânsito.
É para isso que serve o filtro de cabine. Ele elimina componentes como ácaros, bactérias, evitando problemas respiratórios e dermatológicos aos passageiros. Não significa que o ar se torna puro, mas certamente reduz e muito as chances de inalar partículas prejudiciais à saúde.
Neste texto, vamos aprofundar essas informações, para que você saiba tudo sobre os filtros de cabine: o que é; qual a sua importância e quando trocá-lo. Mas não sem antes traçarmos um breve panorama da poluição atmosférica no Brasil, que ajuda a compreender melhor a importância desse componente.
É sempre mais eficaz entender a função de um equipamento quando conhecemos as razões para sua existência.
Em 2019, o Ministério da Saúde constatou aumento de 14% nas mortes causadas pela poluição do ar em 10 anos no Brasil. Dados também apontam que cerca de 51 mil pessoas morrem anualmente em nosso território. Reforçamos também que a poluição é a causa de 1 a cada 4 mortes prematuras no mundo, segundo a ONU.
Doenças isquêmicas no coração, seguidas de problemas cerebrovasculares e câncer, são as ocorrências mais comuns.
Diante disso, uma pessoa que dirige por muito tempo um veículo com ar-condicionado ligado deve reforçar sua proteção. Por esse motivo, o filtro de cabine torna-se um componente imprescindível para evitar tamanha exposição a elementos tóxicos.
Existem diversos tipos de filtros automotivos, e às vezes essa variedade gera confusões. Portanto, vamos solucionar quaisquer dúvidas antes de prosseguirmos – ou antes que elas mesmas apareçam.
Já sabemos que o filtro de cabine e filtro de ar-condicionado são a mesma coisa. Mas e quando falamos apenas em “filtro de ar”? Pois bem, aí dependerá do complemento que esse termo irá receber.
O filtro de ar do motor atua para proteger, como o nome sugere, a motorização do veículo. O modo de ação é o mesmo em relação ao filtro de cabine.
A diferença está justamente no local onde a atividade é feita. No caso do filtro de ar do motor, ele retira as impurezas do ar que poderiam danificar exclusivamente o motor.
Já este tipo, como vimos, protege a cabine do veículo, impedindo que tais partículas expelidas através do sistema de ar-condicionado afetem os ocupantes.
Para garantir a correta aplicação do filtro de cabine, é preciso se atentar às indicações do sentido de fluxo na parte lateral da peça. Se aplicado de modo invertido, as funções serão prejudicadas, o componente irá saturar mais rapidamente, fazendo com que o ar-condicionado perca sua eficiência.
A proliferação de fungos e bactérias é um fator bastante comum aos filtros de cabine quando eles estão há muito tempo sem serem substituídos. Geralmente, conforme o uso, começam a aparecer pequenas manchas no elemento filtrante; isso pode indicar a presença desses agentes biológicos.
Num país tropical sujeito a constantes variações de temperatura e umidade, como o Brasil, a situação é ainda mais recorrente, tornando o equipamento um prato cheio para a reprodução desses microorganismos.
Por isso, não fazer a troca do filtro de cabine significa elevar o risco de contrair resfriados, alergias etc. Sem contar as doenças respiratórias mencionadas a respeito da poluição, já que os agentes nocivos conseguem entrar na cabine do veículo, afetando quem nela está.
Assista ao vídeo abaixo e entenda melhor como funciona o filtro de cabine.
O filtro de cabine é capaz de reter os seguintes gases:
Estes compostos aumentam a sensibilidade à asma e à bronquite, principalmente em crianças, idosos e grupos de risco (pessoas com problemas respiratórios). Além disso, costumam causar irritação nos pulmões e diminuir a resistência a infecções respiratórias.
Gás tóxico que afeta, principalmente, as mucosas, agindo no sistema respiratório e nos olhos, causando irritação. Os principais sintomas decorrentes do contato com o SO2 são: tosse, náuseas e irritação nos olhos.
Em concentrações altas, o dióxido de enxofre pode gerar efeitos mais agressivos, como queimaduras, dificuldades na respiração e problemas cardíacos. Uma possível consequência disso é a inflamação aguda no sistema respiratório.
A elevada concentração de ozônio provoca irritação nos olhos e nas vias respiratórias, diminuindo a capacidade pulmonar. O O3 também intensifica problemas cardiovasculares já existentes, além de aumentar a mortalidade infantil por doenças respiratórias.
Atualmente, a Tecfil comercializa dois tipos de filtros: com carvão ativado e sem carvão ativado. A única diferença de um modelo para o outro é que no filtro de cabine com carvão ativado há a retenção de odores desagradáveis e possíveis mau cheiros.
Porém, a qualidade e eficiência de filtragem são as mesmas em ambos os modelos.
Sempre é melhor prevenir do que remediar. Por ser tão repetida, talvez essa frase às vezes acabe perdendo seu efeito, de forma que muitos ignoram a inspeção de determinado componente, deixando para a última hora, quando já é tarde demais.
Portanto, reforçamos: opte pela manutenção preventiva, e não pela corretiva!
A verificação periódica é fundamental para evitar problemas futuros, sendo que a recomendação de intervalo entre cada inspeção varia conforme os locais onde o veículo circula.
Se você trafega em centros urbanos, é recomendável checar uma vez por mês. Já em lugares com muita poeira, a verificação deve ocorrer a cada 15 dias. Agora, caso o veículo transite por regiões litorâneas, não existe um intervalo exato. Por exemplo: apesar de o índice de poeira ser menor, a alta umidade do ar pode formar bolor no filtro.
Porém, independentemente das condições – bem como das informações deste texto – é importante destacar outra dica: leia o manual do veículo! Muito provavelmente, as respostas para suas dúvidas estarão nesse livrinho.
O manual traz informações cruciais que englobam os vários componentes. Portanto, procure nas páginas se o filtro de cabine está entre esses elementos. Lembrando que a dica vale para diversas outras situações; trata-se, definitivamente, de uma mão na roda. Mantenha-o sempre por perto.
Você deve saber – inclusive, reforçamos isso em alguns textos aqui no site – o quão necessária é a troca dos filtros de ar e de óleo. Afinal, com o passar do tempo, esses equipamentos vão perdendo sua capacidade.
Não é diferente quando se trata do filtro de cabine. Salvo raras exceções nessa vida, nada dura para sempre. E mesmo os veículos que não possuem ar-condicionado precisam substituir o componente após certo período.
É preciso saber, porém, que não existe um prazo exato e fixo ou quilometragem prestebelecida para realizar a troca. Isso vai depender de por onde o veículo anda, bem como a frequência com que se utiliza o sistema de ar-condicionado.
Ou, no caso de maiores dúvidas, de acordo com o manual do proprietário, se nele houver esse item.
Além disso, o filtro de cabine apresenta sinais quando está na hora (ou quando passou dela) de trocá-lo. Se o motorista perceber algum defeito no ar-condicionado, sobretudo perda de força, provavelmente a origem está no filtro.
Mas também há outros sintomas, como o mau cheiro e o embaçamento dos vidros internos. Natural, pois a função do equipamento é justamente reter a entrada de poluentes, fuligem, poeira e demais resíduos. E, gradativamente, há um acúmulo desses componentes.
Uma boa hora para bater o martelo e substituir a peça é quando ela passa a ficar cheia de partículas escuras de sujeira, de modo que o motorista sinta cheiros incômodos vindos delas. Também podem haver outras pistas, como rasgos ou falhas no papel, e diferenças em cada dobra.
Vale lembrar, porém, que nem todo veículo possui filtro de cabine. Nesse caso, não é recomendada qualquer alteração no sistema (abertura de uma janela para inserção do filtro, por exemplo). Assim, o melhor a se fazer é entrar em contato com a fabricante para tirar suas dúvidas e saber como proceder.
Sem um ar-condicionado limpo, não há filtro de cabine que aguente, por melhor que ele seja. E, por tabela, sofre quem está dentro do veículo.
A higienização do ar-condicionado é fundamental para garantir todos aqueles fatores que você já leu acima: eliminação do mau cheiro; correção de falhas na ventilação; proteção contra agentes causadores de problemas respiratórios etc.
Importante: trocar o filtro não obriga a higienização do ar, mas o contrário sim.
O filtro sujo pode impedir a passagem do ar, dificultando a ventilação e comprometendo sua eficiência. Agora, se os demais componentes do ar-condicionado também estiverem, imagine o estrago. Isso afeta o veículo como um todo, já que todos seus componentes operam conjuntamente, como uma orquestra.
O sistema sujo significa que, para atingir determinada temperatura, ele precisará ficar ligado por mais tempo com maior potência, implicando em maior gasto de combustível e maior consumo da bateria.
Sobre a higienização do ar-condicionado, vale o mesmo recado em relação ao filtro de cabine. Faça-a de modo preventivo. A ação planejada e periódica gera menos custos, ainda que ocorra em um maior número, pois dessa forma você se programa e encaixa no seu orçamento.
Na manutenção corretiva, por sua vez, acontece o contrário. Mais cara e complexa, ela pode se tornar urgente a qualquer momento, sem que você tenha se preparado para tal.
Por fim, a exemplo do que salientamos em relação ao filtro de cabine, consulte o manual do veículo. Ele costuma responder grande parte das perguntas.