A peça é vital para as atividades veiculares. Conhecer o cárter do motor e garantir sua funcionalidade é uma maneira de tornar o trânsito mais seguro.
Apesar de ser uma peça comentada com certa frequência no universo automotivo, nem todos entendem realmente o funcionamento do cárter do motor. Por se tratar de um dos principais mecanismos do motor, é essencial compreender sua importância, a manutenção e a revisão correta necessárias.
Dessa forma, é interessante conhecer os dois tipos existentes desse elemento, cada um adequado a um formato de veículo. Em prol de uma matéria completa, a parte final traz também o protetor do cárter, abordando sua possível necessidade de uso.
Motoristas que conhecem o funcionamento do próprio veículo – e, sobretudo, fazem nele todas as revisões exigidas – já estão dando passos importantes para uma direção segura. A urgência de atitudes preventivas contra acidentes é enorme no Brasil, quinto país com maiores dados de acidentes no tráfego, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).
Felizmente, o Brasil conseguiu apresentar redução de 7% no número de óbitos causados pelo trânsito entre 2015 a 2019. Segundo o DataSus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus), esse primeiro ano em destaque contava com 43 mil mortes, enquanto o mais recente registrou 30 mil falecimentos.
Uma compreensão precisa em relação ao próprio veículo contribui para que esse progresso se mantenha, e as vias sejam mais seguras. O Detran, inclusive, orienta nas aulas de CFC sobre a função das principais peças da mecânica, mas a atenção perante o tópico continua sendo escassa.
O cárter do motor é um item indispensável para o bom funcionamento de um carro. Tem como função assegurar a lubrificação do motor, que reduz o atrito entre as partes e evita superaquecimento. Mais especificamente, o item em pauta armazena o óleo e ainda realiza seu resfriamento.
Além disso, a maior parte das sujeiras ou detritos (não processados pelo filtro) fica decantada no cárter e, desse modo, não atrapalha o motor. Isso garante uma plena operação do sistema mecânico. A anatomia da peça também permite que o óleo prossiga para o escoamento pelo bujão quando solicitado.
O cárter é fundamental para a saúde do motor e, consequentemente, do carro como um todo. O uso adequado desse objeto no automóvel impede a ocorrência de vazamento de óleo, garantindo, assim, um bom funcionamento da máquina.
O líquido em questão é responsável pela lubrificação das partes móveis na mecânica, a manutenção da temperatura e a redução do atrito entre os componentes do motor.
As consequências de um possível vazamento versam justamente sobre o risco de o óleo não atender às funcionalidades do motor. Nesse cenário, gera-se atrito, alta temperatura e aumenta a probabilidade de acidentes.
Tal risco se estende inclusive a quem está fora do veículo ao qual o cárter pertence. Qualquer motorista que passe por asfalto com óleo proveniente de outro, por exemplo, está sujeito a sofrer deslizamento ou envolver-se em uma batida.
Há dois tipos de cárter: o úmido e o seco, cada um atendendo requisitos específicos do modelo e cliente. As principais diferenças consistem no modo de aplicação e no custo.
Confira abaixo as definições desses distintos segmentos.
O cárter úmido possui capacidade de armazenar óleo e, como resultado, realizar a lubrificação exigida pelo motor. É a solução ideal para os veículos cotidianos, de produção em série, além de ser a opção mais simples e barata.
O elemento, cheio de óleo, lubrifica automaticamente por contato, a cada rotação, toda a zona baixa do motor, onde ficam o virabrequim e as bielas. Uma bomba de óleo tem a missão de levar aquele lubrificante à parte superior do motor.
Após tudo isso, as válvulas encaminham o líquido novamente para o cárter, repetindo-se o ciclo continuamente.
Sua adequação apenas ao carro cotidiano é explicada pela eficiência limitada, sendo insuficiente para modelos que buscam alto desempenho na pista. Em velocidades elevadas, o óleo pode deixar o motor sem a lubrificação necessária, pelo fato de o líquido se concentrar em algumas áreas por inércia.
Isso poderia provocar resultados negativos e de péssima operação.
Geralmente, o cárter seco é utilizado em renomados carros esportivos, como Porsche e Ferrari, sobretudo por não apresentar as limitações da alternativa úmida. Em outras palavras: a opção seca não é um reservatório de óleo. Por isso, não há quaisquer incidentes por conta de acúmulo indevido do líquido.
O esquema de lubrificação com cárter seco foi desenvolvido em 1950, e logo adquirido por renomadas empresas do ramo automotivo, como Maserati e Ferrari. Esse arranjo de funcionamento requer a presença de bomba de óleo multi estágios (pelo menos 2), ou então várias bombas.
O líquido é impulsionado por válvulas, que primeiramente o levam para o refrigerador. Após retornar ao reservatório, ele migra para o motor, passando pelo filtro. É um sistema fechado; portanto, existe menos interação com a pressão atmosférica.
Os carros que utilizam esse item são os de alta performance e rapidez, dada a maior liberdade e segurança gerada por ele quando em alta velocidade.
Se um veículo que trafega muito rapidamente utilizasse o cárter úmido em uma curva, por exemplo, o óleo seria bruscamente empurrado para as laterais do elemento, deixando o tubo de captação sem acesso ao lubrificante.
Outra vantagem: além da eficiência garantida, a peça é menor em relação ao primeiro tipo. Então, o centro de gravidade do motor pode ser mais baixo. Além disso, a versão seca é a mais cara se comparada à úmida, pois apresenta maior complexidade e custos de montagem.
A falta de manutenção é um dos principais motivos de acidentes no tráfego, ocorrências que matam milhares de brasileiros por ano. Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) atestam: 12 mil acidentes, de 2017 a 2019, aconteceram por falhas mecânicas que poderiam ter sido reparadas ou checadas em uma revisão.
Logo, a preservação e a gerência em relação ao cárter são primordiais, já que o cenário de despreparo e instabilidade nas ruas é massivo. A manutenção do item deve ser realizada, sobretudo, por um procedimento de limpeza.
O objeto precisa ser limpo porque, ao longo do tempo, acumula resíduos em seu compartimento, chamados de “borras”, que eventualmente podem entupir ou atrapalhar o sistema de transporte de fluídos.
Vale ressaltar que uma medida preventiva é sempre mais recomendada do que aguardar o momento de ter que remediar. Não conferir o estado da peça e o funcionamento do sistema de lubrificação pode trazer consequências mais graves para o desempenho do motor no futuro.
Atente-se também ao filtro de óleo e a própria qualidade do lubrificante. Para efetuar a limpeza, há duas maneiras. A primeira é a mais barata e simples, por meio de aditivos no óleo, responsáveis por dissolver os resíduos e borras.
O segundo modo consiste na ação física: remover o cárter, procurar indícios de vazamentos e realizar uma limpeza manual de todo o sistema de lubrificação.
Esse último é indicado para quando o veículo já apresenta algum malefício por conta da má condição do equipamento.
O protetor de cárter é uma peça feita, na maioria das vezes, de alumínio, e fica localizada abaixo do compartimento do motor. Ele funciona como um escudo para o cárter, onde o óleo fica armazenado e é bombeado para outras partes do motor. Seu uso não é imprescindível; depende do modelo do veículo.
A aplicação do elemento é mais comum em SUVs e picapes, devido a um apelo fora de estrada. Esses modelos são, em teoria, os mais sujeitos a obstáculos no trajeto (como galhos e pedras), capazes de atingir o cárter e provocar consequências, como vazamentos.
Entretanto, de acordo com o asfalto das ruas de sua cidade, vale a pena considerar o uso desse elemento, mesmo se o carro for um sedã, por exemplo.
Nesses casos, seria uma inclusão por questões preventivas mesmo, dada a condição das vias frequentadas, mas que pode evitar o desgaste desnecessário da mecânica.
Alguns veículos já vêm da fábrica com o protetor de cárter, por exemplo toda a linha brasileira da Suzuki e Mitsubishi. Também é parte já integrante de modelos específicos, como o Toyota Hilux e Renault Sandero.
Para vários outros, é possível comprar o item como acessório. Os preços (sem a instalação) variam desde R$ 160, para o Renault Kwid, até R$ 966, do Jeep Compass.
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