Não é raro encontrar um veículo que apresente barulho no motor quando acelera. O diagnóstico preciso do que acontece pode reduzir problemas futuros.
Quem nunca ligou o veículo, colocou o pé no acelerador e ouviu um barulho metálico, em forma de pequenos estalos? O ruído característico é popularmente chamado de “batida de pino”, e tem sua explicação associada a um processo químico.
Os barulhos que ocorrem de forma sequencial são fruto de uma combustão da gasolina ou do etanol que foge do comum. Ela pode ser causada por motivos diversos e apresentar uma consequência considerada grave em determinadas circunstâncias.
Também chamado de detonação ou grilo do motor, o ruído não é provocado por nenhum pino, como o nome mais conhecido pode sugerir. Trata-se de uma combustão de pré-ignição, de acordo com o termo técnico.
O “tec-tec-tec” característico da batida de pino é causado por uma colisão de ondas na parte interna da câmara de combustão. A mistura de ar e combustível tem sua queima iniciada antes da faísca na vela, o que gera uma onda magnética. A segunda onda é gerada pela faísca.
A colisão entre as duas ondas faz com que aconteça o barulho metálico peculiar, que também é um dos indicativos de que a embreagem dará problema no futuro.
Mas essa não é a única justificativa da batida de pino. Outro motivo para o barulho no motor quando acelera pode ser o depósito carbonífero na cabeça do pistão, que se torna incandescente com a temperatura e faz com que seja provocada uma explosão antes do momento correto.
Além dos motivos já citados, há também o superaquecimento do motor do veículo, ou um combustível de baixa octanagem que não tem resistência suficiente para uma elevada taxa de compressão.
É preciso ressaltar que, caso o veículo seja flex, é válido verificar a sonda lambda, um sensor no escapamento que informa à central eletrônica do motor qual combustível está vindo do tanque (gasolina ou etanol). Com essa informação, a central ajusta o motor para o combustível.
Do ponto de vista químico, o índice de octanagem da gasolina é muito menor do que o do etanol, o que faz com que o ponto de ignição – em termos mais simples, a faísca na vela – seja diferente para os dois combustíveis.
Se o tanque possuir gasolina, mas for informado à central que existe etanol, a regulagem da ignição estará fora do ponto. Desse modo, a faísca pode demorar muito e permitir a combustão espontânea da mistura.
Pode-se considerar que a batida de pino representa um perigo para o carro, pois pode danificar o motor e derreter ou furar as cabeças dos pistões, caso continue acontecendo durante muito tempo.
Para corrigir o problema nessa hipótese, é possível usar uma retífica, que tem alto custo para o responsável pelo veículo.
Entre os inúmeros tipos de ruídos veiculares que podem acontecer (alguns mais perigosos que outros), destacam-se as falhas nos amortecedores. Quando eles necessitam de reparação, o veículo trepida de forma constante e perde sua estabilidade.
E a forma mais fácil de identificar este tipo de problema é no momento em que se passa por lombadas.
Nesta situação, e na que o veículo cai num buraco, o barulho que surge indica que os amortecedores estão sofrendo falhas. O mesmo tipo de ruído pode aparecer quando o volante é esterçado.
No caso de um barulho contínuo em uma das rodas, algo similar a um ventilador funcionando, é possível que o problema veicular esteja nos pneus.
Em análise atenta, pode-se constatar se os pneus estão ovalados ou apresentam alguma deformidade.
Na banda de rodagem (a parte que fica em contato com o solo), podem aparecer desgastes irregulares – percebidos principalmente se a borracha tiver sido mais consumida de um lado do que de outro.
Já na banda lateral do pneu (área na qual estão as informações do pneu referentes à marca, modelo e tamanho), podem surgir caroços ou bolhas, cuja formação pode remeter a impactos que os pneus sofreram. Podem ser eles os causadores do barulho.
O ar-condicionado também pode ser o responsável por barulhos no veículo. Um ruído contínuo ao fundo pode significar que o compressor desse componente apresenta falhas.
Alguns elementos que justificam isso: excesso de gás no compressor; falta de torque no compressor; tubulação de gás em atrito com demais componentes.
Por isso, tenha atenção a esses elementos, e higienizando-os quando necessário.
Quando falta água no radiador, o motor pode ficar superaquecido e ser danificado. Para evitar esse problema, é preciso fazer uma checagem bastante detalhada do nível da água, além da atenção ao termômetro do painel e, claro, aos barulhos do veículo.
Agora, retomando o barulho no motor quando acelera, de forma contínua, sabe o que pode ser? Se você respondeu “perda de tensão na correia dentada”, acertou. Caso não seja reparada, a questão provavelmente irá afetar o cabeçote do motor e outras peças cujo conserto não sai barato.
Para sair um pouco da área do motor, é o momento de falar do rolamento de roda, que pode estar danificado. Trata-se de um grupo de esferas de aço que ficam presas entre anéis de metal para ajudar as rodas a girar rapidamente, diminuindo o atrito.
Se o rolamento apresentar problemas, o barulho pode vir das rodas. Esse tipo de ruído é identificado pelo som áspero, parecido com um ronco, como se tivesse areia nas rodas.
O barulho inicia mais fraco e vai aumentando sua intensidade à medida que o veículo se move por uma distância maior. Em certos casos, um pneu desgastado pode fazer um ruído semelhante ao do defeito no rolamento.
Por isso, quando ouvir o barulho, cheque primeiro os pneus e corrija quaisquer problemas neles antes de desmontar as rodas, pensando em realizar a troca dos rolamentos.
O suporte do motor pode estar danificado. Essa é mais uma das razões de barulhos indesejados no veículo. Dependendo do modelo, o motor possui o suporte de três ou quatro coxins — espécie de “almofada” responsável pela instalação do motor e amenizar sua vibração.
Quando o motorista trafega em alta velocidade por terrenos irregulares, buracos ou lombadas, o motor tem seu peso distribuído de modo desigual por esses apoios, que podem se quebrar.
Quando um dos coxins está quebrado, é possível escutar um ruído grave. A confirmação do problema pode ser feita visualmente, checando o motor, ou provocando a torção do coxim ao puxar o freio de mão e tentar movimentar o veículo nessa condição.
A falta de óleo na caixa de direção hidráulica também pode causar ruídos que devem ser observados para evitar problemas na direção. Os barulhos causados na direção são semelhantes a um “assobio” agudo.
É importante fazer a revisão do carro regularmente e realizar a troca do óleo a cada 10 mil km. Fique atento caso ruídos apareçam antes desse prazo, o que pode indicar vazamento de óleo. Uma forma de confirmar isso é checar o chão onde o veículo ficou estacionado em busca de pingos de óleo.
Agora é o momento de falar do sistema de frenagem do automóvel. Caso você pise no freio e observe um barulho agudo, como se alguma coisa estivesse raspando na roda quando você gira o volante, esse pode ser o sintoma de pastilhas desgastadas, finas, que precisam ser substituídas.
A recomendação é que elas sejam trocadas a cada 30 mil km rodados.
Se as pastilhas tiverem acabado de ser trocadas e mesmo assim apresentarem ruído, isso significa, provavelmente, que elas são de má qualidade ou muito duras. Além de fazer barulho, pastilhas ruins podem diminuir a vida útil dos discos, provocando um desgaste prematuro.
Mesmo tendo conhecimento desses métodos que permitem evidenciar um barulho no motor quando acelera (ou de outras naturezas) e suas respectivas causas, uma coisa é regra. Busque o parecer de um especialista para realizar o diagnóstico definitivo e as manutenções necessárias.
Afinal, seu carro possui milhares de peças que podem causar problemas, e nada melhor do que uma análise atenta, realizada por um técnico para identificar com precisão o que está acontecendo.
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