A educação infantil para o trânsito, como sugere o nome, deve acontecer bem antes das primeiras aulas de CFC. É fundamental que, desde cedo, as crianças tenham aulas sobre comportamento ao trafegar.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a cada ano cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem em acidentes de trânsito. Metade dessas vítimas corresponde a pedestres, ciclistas e motociclistas.
No Brasil, o número de mortes vinha caindo 7% desde 2015. Especialistas afirmam que essa queda decorre especialmente das políticas adotadas pelo governo federal para reduzir as fatalidades no trânsito, como a Lei Seca. Em 2020, devido à pandemia do novo coronavírus, a cidade de São Paulo registrou uma significativa queda de 47% nesses números.
Além do governo, órgãos públicos, como o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) também adotam medidas e campanhas educativas para promover a conscientização da população sobre os riscos do trânsito para motoristas, pedestres, ciclistas e motociclistas.
Outra medida eficaz é a educação infantil para o trânsito nas escolas desde o primeiro ano. Ao contrário do que se pensa, embora as crianças não façam parte ativamente do trânsito, é fundamental que elas aprendam desde cedo sobre seus principais assuntos. Isso ajuda a criar uma sociedade cuja mobilidade urbana e responsabilidade ganhem outro caráter no futuro.
O propósito da educação infantil para o trânsito é formar cidadãos mais conscientes, cuidadosos e responsáveis nas pistas das capitais do país, de modo a tornar a preservação da vida uma prioridade. Além disso, uma criança bem informada pode fazer os mais velhos recordarem aquelas regras básicas.
Esse é um tema de extrema importância, pois ensina valores essenciais ao ser humano, como cordialidade, solidariedade, respeito, além da já mencionada responsabilidade. Fora isso, algumas crianças, apesar de apreciarem a ideia de dirigir, sentem amaxofobia, isto é, medo de dirigir. Assim, com as aulas sobre o trânsito, também preparamos adultos sem medo das estradas.
Por ser parte dos direitos e deveres dos cidadãos no espaço público, a educação para o trânsito deve ser ensinada desde cedo, pois, ainda que as crianças não dirijam, logo serão pedestres, ciclistas e passageiras. Eles também aprendem o significado de ter educação no trânsito, algo esquecido por muitos motoristas se esquecem após anos de estrada.
A infância é uma fase na qual o indivíduo começa a entender o seu papel na sociedade, enxergando-se como parte dela. Por isso, insistimos na necessidade de se abordar o tema o quanto antes.
De acordo com o artigo “Educação para o Transito e Responsabilidade Social”, da Universidade de Passo Fundo (RS), a educação para o trânsito não deve se limitar ao conhecimento, compreensão e respeito às normas de circulação, com vistas à formação do cidadão responsável.
A pesquisa também aponta a importância desse ensino como parte da educação ético-social que, bem como os fatores já mencionados, favorecem atitudes que impliquem na convivência harmônica dos grupos sociais.
Além disso, o estudo defende que a educação para o trânsito deve ser um instrumento de socialização do indivíduo e de construção de valores sociais, de modo a evoluirmos como sociedade.
Além de aprovarem leis que visam à redução nos acidentes e realizarem campanhas de conscientização, os órgãos governamentais (Contran e Detrans) também promovem eventos para discutir projetos que alertam sobre os perigos do trânsito.
Em 2019, o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) organizou o 3º Encontro Nacional de Educadores, reunindo educadores de trânsito de todo Brasil, com o intuito de elaborar ações para o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).
Com metas anuais para cada estado e o DF, o Pnatrans (sancionado em 2018) tem como objetivo reduzir a mortalidade no trânsito em até 10 anos. As metas, no entanto, são pautadas pelo Conatran, que reúne queixas e sugestões da sociedade civil, conselho de trânsito de cada estado e da Polícia Rodoviária Federal.
O Código Brasileiro de Trânsito prevê que a educação para o setor deve ocorrer na pré-escola – seja no ensino privado ou público – pelo planejamento e ações coordenadas entre os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação.
Além disso, o código estabelece que esse tema é um direito e dever prioritário dos componentes do Sistema Nacional de Trânsito. A legislação exige que o curso sobre educação para o trânsito se estenda até o ensino superior, de modo que as instituições promovam aulas interativas, campanhas educativas e palestras. Assim, crianças e adultos passam a entender sua importância.
Nesses encontros, professores especialistas lecionam sobre ética, cidadania, regras de segurança, primeiros socorros, legislação e direção defensiva. O objetivo é ensinar as pessoas a atuar no trânsito, saber como se comportar em uma via, evitar acidentes. Em suma, entender que existem regras e que o trânsito é coletivo.
A educação para o trânsito não é só para motoristas. Todos são pedestres, e, mesmo quem não tem ou não pretende ter carro ou moto, também deve ter acesso a esse conhecimento.
Um estudo realizado pelo Observatório Nacional de Vitória apontou que 90% dos acidentes de trânsito são causados por falhas humanas. Assim, especialmente as empresas que atuam no mercado de transportes também são parte fundamental do processo, dada sua função principal de treinar e capacitar o motorista.
As empresas que investem no aprendizado de seus motoristas garantem inúmeras vantagens para eles, à sociedade e a si mesma, pois, com um motorista bem treinado, gasta-se menos combustível e reduz-se os custos de manutenção.
Além disso, com a educação para o trânsito dedicada especialmente aos motoristas já em exercício, existe uma queda na incidência de acidentes de trânsito. A empresa também pode oferecer mais cursos de capacitação, buscando sempre o aperfeiçoamento dos profissionais do ramo. Dessa maneira, um motorista bem preparado só traz bons retornos.
Nas aulas de educação para o trânsito, o aluno aprende as principais regras sobre como se comportar nas ruas, avenidas e estradas. Porém, a falta de infraestrutura delas torna ainda mais difícil a tarefa de ser um condutor. Segundo pesquisa do site SeguroAuto.org, uma boa pavimentação e sinalização das placas são fundamentais na redução de acidentes.
O estudo ainda detectou uma surpreendente relação entre os índices de acidentes em estradas e as condições de infraestrutura das rodovias. Para o senso comum, quanto mais esburacado o asfalto, maior o risco de acidentes.
No entanto, os casos mais graves ocorrem justamente nas de melhor pavimentação, pois permitem maior velocidade, de acordo com dados do Observatório Nacional de Segurança Viária – ONSV.
A condição precária das estradas também atrapalha ciclistas e pedestres. Segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP), o número de óbitos de ciclistas nas rodovias brasileiras aumentou de 22 para 27 no primeiro semestre de 2020.
Diante desses dados, 20 concessionárias que integram o Programa de Concessões Rodoviárias Paulistas criaram uma lista com dicas para prevenir esses acidentes. Entre as medidas, estavam a entrega de coletes refletivos aos ciclistas e a orientação para trafegar no acostamento.
Em relação à última medida, no ano passado a ARTESP apresentou aos ciclistas do “Ciclocomitê Paulista” um projeto que prevê trechos de ciclovias nas rodovias do estado.
Estudos realizados nos Estados Unidos mostraram que o uso do celular ao volante pode aumentar em 400% as chances de acidentes fatais. De acordo com o Detran, a combinação celular e volante são a terceira maior causa de fatalidades no transito. Com maior consciência do motorista e uso da própria tecnologia, é possível reverter esse cenário.
Se usadas de forma consciente, em relação à formação e a requalificação de condutores, as tecnologias podem ser grandes aliadas na educação para o trânsito. Um ótimo exemplo disso é o uso dos simuladores nas aulas de direção.
A grande vantagem do simulador é fazer o aluno imergir em uma situação análoga ao trânsito e nos problemas decorrentes dele. Além disso, eles possuem painéis configurados para avaliar o desempenho do motorista, suas condições físicas e psicológicas através do movimento dos olhos e da cabeça, que dão indícios sobre fadiga, sono, e como eles modificam a atenção ao volante.
Com essa análise, é possível prever quais seriam as atitudes que o condutor tomaria nas ruas, alertando-o sobre como corrigi-las. O simulador também é muito bem aceito pela maioria dos estudantes, pois permite uma experiência real de como é dirigir nas ruas. Consequentemente, reforça a importância do aprendizado para formar um indivíduo consciente do seu papel.
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